OBRIGADO
Fechámos no passado sábado, dia 19 de Outubro com a entrega de prémios, a época 2019 do Campeonato Nacional de Bodysurf em Portugal. Foi o nosso quinto ano desde que desafiamos a Federação Portuguesa de Surf para criar esta modalidade desportiva.
Foi o melhor ano em termos de ondas. E aquele em que menos atletas tivemos.
Entendemos esta diminuição de atletas como natural e fazendo parte do percurso de uma modalidade desportiva jovem como é o Bodysurf em Portugal. Houve aqueles que apareceram no início fascinados por regressarem à àgua e conviverem com pessoas que partilhavam a mesma paixão, mas como noutros desportos rapidamente passaram para outro desporto com o qual ficaram fascinados. É assim. Muitos sentiram que competir não era a sua vontade e por isso naturalmente continuaram a apanhar ondas, mas deixaram de aparecer no Campeonato. Estávamos à espera.
Organizar um campeonato com cinco etapas espalhadas entre o centro e o norte do país é um desafio. Escolher as datas, fazê-las bater certo com as marés e analisar as previsões de cinco anos anteriores para a mesma data é um trabalho ingrato, sobretudo quando a previsão não bate certo com o que desejamos ou erramos a escolher o dia. Mas é um trabalho que fazemos com gosto, seriedade e dedicação. Sabendo que podemos fazer tudo bem e acabar por ter um evento com ondas menos boas. Fazer um evento por ano em que podemos escolher a data para o realizar 72 horas antes seria muito mais fácil. Mas fazemos um Campeonato Nacional com cinco etapas. É como correr uma maratona, necessitamos de treinar o melhor possível, e depois temos de ser resilientes e encarar a distância a percorrer com optimismo e profissionalismo e é isso que tentamos fazer todos os dias.
Somos abertos às críticas construtivas e fechados à má língua, aliás nos últimos vinte anos que organizamos eventos ligados às ondas sempre foi assim. Fazemos o nosso caminho com todos os que vêm por bem. Interessa-nos sobretudo construir, aprender, melhorar, respeitar e celebrar o desporto com os seus praticantes e com os competidores.
Em cinco anos passamos por momentos diferentes do ponto de vista dos apoios e dos patrocínios. Tivemos os que vieram e foram embora, tivemos os que vieram prometendo mundos e fundos e nos deixaram sem pagar o que se comprometeram, mas tivemos sobretudo aqueles que encaram o desafio anualmente de promover uma modalidade desportiva jovem e a esses o nosso especial muito obrigado. Sem vocês não seria nunca possível.
Em cinco anos tivemos diferentes realidades do nosso lado. Eramos uma empresa e agora somos uma associação. Tínhamos como objectivo o lucro e agora temos como objectivo angariar fundos para realizar a nossa missão social. Mas tínhamos colaboradores nas pessoas que trabalhavam nos campeonatos e agora temos parceiros que nos ajudam a montar e desmontar e por a funcionar as diferentes etapas que fazemos ao longo do ano. Muito obrigado a todos. É muito bom. É muito bom sobretudo porque o que nos move é fazer melhor e ajudar os outros.
Em cinco anos tivemos três campeões nacionais Open, todos diferentes e todos no momento certo. Uma palavra de apreço aos dois primeiros que foram verdadeiros embaixadores da modalidade e também do campeonato e um desafio ao campeão 2019 para deixar o seu legado como campeão nacional promovendo a modalidade e mostrando o melhor que temos para oferecer. Ele já fazia isso, mesmo quando nos dois últimos anos foi vice-campeão e por essa razão confiamos que fará agora mais e melhor.
Em 2018 trouxemos os jovens para o Bodysurf e criamos o campeonato júnior. Foi uma decisão boa que irá trazer frutos no futuro. São poucos ainda os juniores no Bodysurf, mas são cada vez mais.
Eles são waterman’s do futuro. Vivem as ondas como todos gostaríamos de viver.
2020 será o melhor ano do Bodysurf em Portugal. O campeonato nacional vai fazer a sua parte esperando que todos façam a sua. Acreditamos num mundo colaborativo e construtivo e vivemos de acordo com isso.
António Pedro de Sá Leal - Lifedreamer
Boas ondas!!